Missão Narrada: Consequências dos últimos dias I

*DA-LEE*

Apesar dos ferimentos, de certa forma o ataque me deixara "elétrico" e com uma insana vontade de matar aquela mulher. Sentia como se agarras de Abudak perfurassem meu coração injetassem uma mistura de adrenalina com ódio direto em minha alma.
- Algo singular e belo está diante de nós, garoto - o demônio também reparara na pequena joia caída onde a mulher estivera antes de ser eletrocutada - É tão interessante assim aquela pedra? - o lado de minha face direita se contorcia numa tentativa de formar um sorriso, o que parecia muito estranho quando somente metade do rosto se expressava assim - O suficiente para fazer a balança pender totalmente para um lado!
Instintivamente usei minha super força para saltar até onde estava a pequena joia (ação 1). Se nada me impedisse, apanharia o objeto em questão, então nesse momento meu braço seria completamente influenciado pela vontade da criatura infernal que o colocaria em minha boca para engoli-lo.
- Que merda é essa Abudak?! - meu olho negro se arregalaria de excitação - Um presente valioso. Então não resista...
Engolida a joia, a risada maligna do demônio explodiria plenamente de minha boca. Com passos básicos de valsa, caminharia em direção a feiticeira sorrindo perversamente.
- Desde quando demônios sabem dançar? - girando três vezes seguida, parava a alguns metros da mulher, curvando-me sarcasticamente para ela - Quando se vive tempo demais, aprende-se até o que não quer. Favor, "companheiro", queira fazer as honras. Ou eu mesmo faço?
Assim como Zhalur, aguardava a reação do estranho para ver o que faria com a feiticeira. Estranhava ouvir essas palavras sendo proferidas pelo demônio, pois sabia que se dependesse dele, a morte de nossa inimiga seria a mais dolorida possível. Por acaso Abudak possuía ciência de algo que não sabia? Ou talvez o estranho possuísse planos mais perversos que os dele? Seja como for, certamente as coisas não terminariam bem para ela.

*DA-LEE*

Depois de tanto esforço a cortina finalmente se fechava, os protagonistas poderiam deixar o palco retomar suas vidas. De alguma forma o estranho conseguira tomar controle sobre o corpo da feiticeira e desfazer os efeitos de seus poderes, senti toda a força de Abudak invadir meu corpo como uma avalanche. A ganância e ódio do demônio ainda me intimidavam, pois sabia que aquilo não era a totalidade de seus poderes.
- Da-Lee, favor, eu quero a cabeça dela como troféu - não sabia que tipo de pedido era esse, porém, não tinha intenção de ponderar com ele - Ok... Meio estranho, mas tudo bem. Com licença - gesticulei para o estranho e com minha super força arranquei a cabeça da mulher fora (1ª ação).
Nesse momento a runa marcada em meu braço começou a queimar, enquanto veias negras cresciam dela por meu braço, se concentrando alguns centímetros acima até formarem uma tatuagem macabra. Um crânio com chifres mordia uma espécie de cálice, onde estava escrito "Testamenti Nostri".
- Que porra é essa?! - dentro de minha cabeça sentia o demônio rindo freneticamente, um prazer descomunal o preenchia.
Minha pele estremeceu e como de costume minha consciência foi sugada para um abismo escuro. Havia esquecido que os poderes da feiticeira já não tinham efeitos sobre Abudak.

*ABUDAK ZHALUR*

O corpo de de Da-Lee rapidamente começou a se remodelar, com garras, presas, asas monstruosas e uma pele arroxeada, revelando a verdadeira face do Príncipe do Inferno. A criatura mantinha a postura, mas liberava na forma de uma aura negra todo o orgulho e satisfação que estava sentindo. Erguendo a cabeça sobre si, deixou o sangue dela jorrar dentro de sua boca, bebendo uma quantia considerável num único.
- Sabe o que mais aprecio no sangue? - mesmo sem olhos, o ser das trevas voltava-se para o estranho, que deveria senti-lo observando-o - É mais do que um símbolo de poder, de aliança... De vida. Ele carrega todos os nossos segredos, posso sentir facilmente os pecados dela, o quanto estava corrompida.
As asas do demônio se abriram subitamente, como se espreguiçasse depois de um longo cochilo. Ainda olhando diretamente para aquele que possuíra a mulher, usava de seu poder visão dos pecados e segredos sombrios para tentar entender quem era exatamente aquele homem (2ª ação). Não intenções ofensivas em sua ação, apenas queria satisfazer sua curiosidade, pois acreditava sinceramente que os pecados revelavam o verdadeiro eu de cada criatura.
- Espero que se nos reencontrarmos um dia, possamos estar do mesmo lado novamente - um sorriso perverso revelava seus dentes pontiagudos enfileirados - Seria um desperdício se fôssemos inimigos.
O demônio esperou alguns segundos para ver se algo seria dito pelo estranho (3ªação) e então bateria suas asas levantando voo sobre os prédios de New York. Enquanto sobrevoava uma das ruas, usava sua magia do fogo negro para liberar um turbilhão das chamas infernais (4ª ação), capaz de consumir a rua inteira. Tudo isso para extravasar sua excitação, poder ouvir os gritos de desespero o satisfazia ainda mais.
Se distanciando do solo, voando quase a 100m de altura, o demônio colocava duas garras dentro da boca, regurgitando o que engolira. Em meio aquela baba negra, segurava a pequena joia da feiticeira, olhando com peculiaridade seu brilho.
- Vamos achar uma utilidade para você, pequenina - a risada diabólica do demônio inspirava terror em quem a ouvisse.
Talvez aquele dia marcasse o primeiro passo para uma era de trevas e morte.