Salão de Festas

Quando tudo terminou, quando os monstros não existiam mais, quando os espíritos se acalmaram, Antony retoronou a si, a voz voltou a normal, os olhos voltaram ao normal, e toda a manifestação fantasmagórica sumiram. No mesmo instante que retornou ao normal, seu corpo cai no chão de joelhos. Era dor, cansaço e tristeza.
Após alguns segundo ali parado e caído se levantou sem encarar ou se importar com ninguém, seguiu direto para a pedra onde a aluna havia sido esmagada e sentou-se ao lado recostando nela. Baixinho fazia um misto de cantorar com orar, um susssurro apenas para ele e talvez para a alma da menina ali. Uma despedida.
Algumas lagrimas ainda caiam de seus olhos.
Passou lá quase meia hora alheio ao resto no seu orar e cantarolar baixo.
Sabia que talvez um discurso devesse ser feito aos outros alunos e que talvez ele fosse a melhor pessoas a fazer aquilo, mas também sabia que ás vezes era necessário não se dizer nada e deixar apenas se sentir. Considerou que aquele era um momento para sentir. Além do mais, não tinha vontade de conversar com ninguém.
Após isso, Antony levantou-se e de forma maquinal e lenta, quase como um zumbi, sem dar a ninguém um olhar ou uma sequer palavra, seguiu para seu escritório. Haveriam papeis a serem preenchidos para lidar com a situação da menina morta, explicações futuras a serem dadas, mais e mais trabalho e era isso o diretor dos Allumians precisava, esquecer de tudo ali e afogar-se em papeis e trabalho, junto de café. Mais tarde, talvez, buscaria conversar com Doom, Gabriel e os outros professores, e com o aluno loiro que ficara perto dele no conflito. E só nesse momento notou que nem sabia o que havia acontecido com ele desde que perdera o controle e tudo apagou.
Não importava também no momento.
Não fora um dia de festa no fim, apenas mais dor e trabalho, ou seja, nada de novo.