RPG O Universo Amalgama
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[RP] Alta conversa na madrugada

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Mensagem  Antony Romazzi Dom Out 18, 2015 3:58 am

Participantes: Victor R. Nijinski, Antony Romazzi
Tempo: Passado - horas após ocorrido da festa de inauguração da fundação para ano letivo.
Local: Terraço da torre dos Allumians
RP Fechada


Última edição por Antony Romazzi em Dom Out 18, 2015 4:10 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Antony Romazzi Dom Out 18, 2015 3:59 am


Passeio Noturno    



Após o incidente da festa de inauguração da academia, passei um longo tempo no escritório ajeitando papeis e documentos que seriam provavelmente necessários para a situação, justificar o ocorrido, organizar um enterro descente e lidar com familiares, era o máximo que poderia fazer ali, além das orações e o breve ritual para guiar o espírito da menina ao sua devida destinação, mas claro que essa parte ninguém notou, no máximo pensaram que eu estava chorando sentado ao lado da pedra.
Após tanto tempo ali, precisava de um pouco de ar.  Não tinha muito interesse em conversar com ninguém, nem aluno e nem professores no momento.  Precisava só respirar.
Decidi que o melhor lugar ali seria talvez o terraço da torre dos Allumians, duvidava que alguém poderia ir para aquele lugar no meio da madrugada após tudo que ocorrera. Era um bom lugar para se respirar um pouco. Na noite lá sempre tinha um bom vento.
Discretamente e agora com as roupas normais e não mais aquela fantasia cheia de LEDs segui para o local.
Acabei ficando surpreso ao encontrar lá Victor, era o nome do garoto que ficara ao meu lado na festa. Enquanto via as papeladas na minha mesa descobri seu nome e que ele seria um aluno meu. Mais um para provavelmente tentar proteger e falhar.
Pensei em retornar assim que o vi lá sentado, ir a outro lugar e ficar sozinho, mas também tinha curiosidade em conversar com ele sobre o corrido, seria bom.
Respirei fundo e então silenciosamente fui até seu lado sentado também no chão, mas sem encará-lo
-Boa noite...

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Mensagem  Victor R. Nijinski Ter Out 20, 2015 11:07 am

Виктор Нижинский




O vento que atingia o topo da Torre Allumian era como uma massagem agradável nas feridas do combate, no baile houve dor e pânico e eu não me sentia confortável com a estranha sensação de não ter conseguido ajudar o bastante, eu falhei em qualquer tentativa minha naquele lugar e logo perdi uma colega. Muitos de nós podemos crer que o que tivemos ali foi uma vitória, só que estávamos mesmos certos? Fomos atacados por criaturas irracionais e perturbadas muito provavelmente manipuladas por uma inteligência superior, eles perderam peões, nós perdemos uma vida jovem e cheia de potencial, a estrutura de nosso local foi abalada e muitos dos alunos estão desesperançosos e desconfiados, eu não vejo o fim de tudo aquilo como algo positivo.

Do topo da torre olhava para todo o território da Academia, eram tantos indivíduos amargurados com incômodos em seu ser que chegava a me deixar nauseado, minhas pernas penduradas no limite do terraço. Meus devaneios foram interrompidos por uma chegada silenciosa e discreta, olhei para o lado de forma disfarçada e de canto de olho pude notar quem era o indivíduo, o professor Antony Romazzi. O homem que me ajudou no baile.

Romazzi era um homem cheio de história no território dos Estados Unidos, confesso que perdi meu tempo indo atrás da história da maioria dos professores, só que sem muito êxito descobri o básico dele, investigador, depressivo, médium, médico. Eu realmente tinha a crença de que ele daria a meia volta e sairia dali a meu ver, mas esse não foi ao caso, ele se aproximou aos poucos e se sentou próximo de mim falando o seu “Boa Noite” em tom discreto.

– Nunca irão te agradecer, nem irão te entender, nenhum dos três que contigo lecionam e o homem que a academia comanda. Uma psicopata bruta, um naturalista cheio de segredos, uma lutadora “cega” e um ditador fingindo se preocupar com um mundo, não irão te entender, não mesmo, mas a menina agradece. -

Falei em baixo tom enquanto continuava olhando os limites da Academia.

– Para um homem ligado aos mortos, você chora demais, a morte é o alívio de muitas dores e sofrimentos intensos, você não mata e sim, acolhe e cuida. Você é bom, mas chora demais, não chore, aqueles professores vão se aproveitar disso. A morte é só mais uma fase da vida, pode ser uma criatura que rouba de uma criança o direito de brincar como se não houvesse o amanhã, ou um manto da noite que alivia o sofrimento de uma alma amargurada, você não tem o direito de chorar por... -

Exitei em terminar a frase, dobrei minha cabeça para o lado observando alguns morcegos voando a certa distância.

– Tu poderia ter saído daqui no mesmo silêncio que chegou, eu fingiria não ter notado e você provavelmente buscaria o acolhimento de sua solidão, esse não foi o caso, aqui esta você, triste e provavelmente com insônia. Por... que? -








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Mensagem  Antony Romazzi Ter Out 20, 2015 11:32 pm


terraço    



Esperava inicialmente do garoto um retorno do cumprimento dado a ele, mas tive algo bem diferente. Recebi um discurso sobre como aquele garoto via tudo e me via na situação da festa. Realmente as coisas tinham tido um efeito maior sobre os alunos do que parecia.
- Entendo o que diz, mas sinceramente já estou num ponto de vida que não sei se acho que alguém vá ficar me entendo. Estou aqui a trabalho e não em busca de agradecimentos, massagem no ego ou sem entendido. Talvez no máximo busque aqui ser aceito como mais um estranho que tenha poderes estranhos... E creio que cada professor aqui a seu modo, tente fazer o seu melhor e talvez seja bom que sejamos bem variados quanto as questões do mundo, isso permite dar mais visões e possibilidades aos alunos...
A verdade era que eu não poderia ali sair reclamando de tudo para um aluno o fazendo a ficar mais desacreditado de tudo do que já se mostrava, e também não seria nada polido e ético da minha parte fazer comentários complicados em relação a colegas de trabalho. Existe querendo ou não ainda uma coisa de proteção de classe. E começava ali entender porque era de meu encargo a aula de diplomacia. Eram assuntos delicados a se falar e precisava de cuidado ao abordá-los.
- Sobre cada um deles não posso como você definir quem são facilmente em palavras. Os conheço pouco, sou professor nessa escola a pouco tempo.  Mas sei da fama que precede Victor Von Doom, porém fora ele que oferecera a mim a oportunidade de trabalhar como professor, então talvez ele esteja mudando...
Com o dedo discretamente fazia pequenos círculos no chão como se estivesse desenhando.
- Quanto a menina me agradecer... É um comentário gentil da sua parte, agradeço, mas eu duvido disso. Dedicar a ela alguns momentos e me importar com ela, era o mínimo que poderia fazer, afinal direta e indiretamente sou eu o responsável por sua morte. Dar-lhe uma oração e um indicativo de caminho para onde seguir e não se torna um espírito preso a terra com rancor era o mínimo que poderia fazer para amenizar minha culpa.
Lembrar daquilo instintivamente fez com que meu corpo sentado ali no chão desse uma leve encolhida. Era minha culpa. Porém as palavras do garoto logo me fizeram mudar o foco. Por um instante cheguei a rir um pouco por ironia mas logo me pus sério.
- Victor, sim vi seu nome nas fichas dos alunos, entenda que meu choro e lagrimas são meus, e não estão aqui para fazer show para ninguém, e muito menos a nenhum professor. Se alguém acha que poder usar isso contra a mim e a seu favor que o faça, eu não me importo. Quanto à morte, sim ela é parte do ciclo da vida, porém há mais além dela. A morte quando chega seu momento é sim bem vinda, mas quando chega antes pode ser bastante complicada. Ao lidar com os espíritos, suas raivas e motivações perdidas, fica um pouco difícil de acreditar que após a morte se tenha um descanso ou um alívio. E infelizmente querendo ou não apesar de diferente, eu ainda sou apenas um humano...
Um incômodo de vozes na minha cabeça começava a se forma, precisei concentrar um pouco para que elas se calassem enquanto o garoto observava a noite e os morcegos  tive tempo de discretamente colocar  um dedo na minha têmpora e concentrar para silenciá-las por  um instante.
- Se quiser me desconsiderar como um professor, ou como alguém, faça como quiser, porém ainda terá que passar por minhas aulas, então sugiro que tente focar no conteúdo e não em mim e isso pode talvez lhe facilitar as cosias, e creio que talvez isso lhe valha para os outros professores também. Foque na sua formação...
Por fim o garoto me questiona o motivo de eu estar ali. Coloquei a mão sobre o rosto como se fosse possível notar assim se estaria com olheiras.
- Insônia, tristeza e café, já me são companheiras de longa data. – esbocei um sorriso com aquilo – Admito estar sim inicialmente apenas buscando um lugar para repousar e refrescar a cabeça, sozinho. Porém, como disse sobre eu ser diferente dos outros professores, eu precisava falar com você e lhe agradecer, e me pareceu propícia a situação para o agora.  Foi notável seu desempenho como combatente, mas, mais notável suas ações em cooperar, tomar atitude de pular a frente e se importar em usar seus ataques para proteger e contribuir com outros no lugar de apenas aumentar suas glorias combativas. Esse tipo de atitude é necessária de ser notada e condecorada.  
Passai a mão pelo bolso do casaco que vestia buscando algo ali no improviso, retirando um bombom que tinha nele e o entreguei ao garoto.
- Considere isso como uma premiação improvisada pelos seus atos, não por derrubar monstros, mas por atitude de partir a frente e cooperar. – suspirei -  Além disso, como seu professor e diretor de grupo. Gostaria de conversar e verificar se estava bem e como lhe foi aquela situação nada agradável. É a minha responsabilidade. E às vezes me é bom conversar com pessoas físicas e vivas, do que com espíritos que ninguém vê que me faz parecer um maluco falando sozinho com a parede... Mas me diga o que faz você aqui sozinho também? Achei que todos os garotos haviam ido tentar ter um pouco de diversão, apesar de tudo, com sorvete na cozinha...  

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Mensagem  Victor R. Nijinski Qua Out 21, 2015 11:36 am

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Depois de tudo que foi dito, eu não havia muito mais o que falar, Antony parecia ter sido um grande   observador da morte durante muito tempo e com isso ele parecia ter se fechado a novas visões da mesma coisa, ainda mais de alguém que passou anos de sua vida vagando como um espírito depois de ter sido morto, não era meu trabalho ali corrigir ou averiguar a forma que os outros enxergavam as coisas.

Romazzi havia falado em demasiado, não que isso me incomodasse, só que era mesmo necessário? Ele riu, notei ele rir, por que?

Não entendi também o “bombom”, eu não fazia o que fazia em busca de prêmio, aquilo me ofendia ao mesmo tempo que me agradava, que estranho, peguei o doce e o guardei num bolso fundo da minha calça na garantia de que eu não o perdesse.

– Morcegos são legais, né? Gosto deles. -

Saiu de forma espontânea, eu sei que deveria ter falado alguma coisa, só não havia notado na hora o que era.

– Acho que obrigado... pelo bombom. Eu acho que não vou falar mais muito, você deixou bem definido sua crença e seu ponto de vista. Meu desempenho não foi notável, foi um esforço de pouco retorno. -

Falava ainda olhando para os limites de Amalgama, tudo em tom baixo, acho que soava muito triste, mas eu não estava triste, apenas parecia parecer de tal modo cabisbaixo.

– Por que eu comemoraria? O que o sorvete faz? Acho que não me lembro, acho que  diverte as pessoas, só não entendo o motivo de festejarem. Existe algo naquelas meninas, elas não são boa coisa, elas tem desprezo pela vida, a Academia tem muita gente pouco... -

Me interrompi, falar o que eu pretendia dizer seria no mínimo, hipocrisia.

- Por que você riu? -






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Mensagem  Antony Romazzi Sex Out 23, 2015 7:22 pm


Sorvete?



O comentário sobre os morcegos me fizeram para e pensar se talvez eu não estivesse falando muito. Ou talvez, sendo inconveniente ao garoto que parecia estar lá também buscando ficar sozinho. Sorri de forma forçada ali tentando não ser desagradável.
-Sim, são... – e no funda concordavam que eram sim. A menos que estivesse numa caverna cheia deles defecando sobre minha cabeça.
Em seguida ele me agradece pelo bombom, e de certa forma reclama de minhas crenças, é eu realmente tinha falado de mais, e por fim no ato de modéstia diz que não fez nada notável.
- De nada... Bom, pode considerar assim, porém a mim foi notável, afinal fora você o único aluno que percebi a se preocupar em ajudar os outros e não só salvar a sua pele. Não falo pelas questões de poder e força, ou resultados, mas notável pela escolha de atos. Por isso o mimo, uma forma de agradecer e mostrar que notei isso...
Falei observando o garoto que parecia distante e cabisbaixo. Que depois me questiona sobre o sorvete e sobre as pessoas da academia, mas sem concluir o pensamento ele questiona sobre meu riso anterior.
- Nada de importante, só que realmente posso dizer que tristeza, café e insônia são as companheiras mais íntimas que tenho, isso quase soa irônico... Esqueça disso coisa de velho... Quanto ao sorvete, bom o sabor doce e gelado, e alta taxa de açúcar costumam animar pessoas. E creio que comemoram por estarem vivas, mesmo numa situação complicada que passaram. E bom acho que é um tipo de compensação pela festa que perderam...
Elevei uma sobrancelha sobre óculos o encarando.
- Victor você disse que não se lembra sobre o sabor de sorvete? Nunca tomou sorvete para tentar se animar? Ou tomou quando queria comemorar algo? Hm...
Aquilo na era bom, ele aprecia nem ter direito 15 anos, não era justo um adolescente como ele nem saber sobre o gosto do sorvete ou se animar com aquilo. Minha vida eu tinha estragado, mas pude aproveitar bem até chegar ao ponto onde... Mas ele era apenas um garoto. Levantei então decidido e talvez até um pouco sério de mais para o que faria.
- Muito bem, levante-se Victor. Vamos resolver isso, vamos tomar um sorvete eu e você.
Não dei muita escolha a ele, fora o tom de voz sério que usei, o segurei pelos ombros num misto de dar lhe apoio e suporte moral, mas também o pegando para o por de pé e o conduzir para outro lugar para tomar um sorvete.


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Mensagem  Victor R. Nijinski Ter Out 27, 2015 12:45 pm

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Mensagem  Antony Romazzi Ter Out 27, 2015 3:48 pm


Para o carro…    


Não foi muito boa ideia colocar a mão no ombro do garoto, precisava logo me acostumar com a situação que aquela instituição teriam pessoas e entidade peculiares. Mesmo sobre a roupa só de segurar Victor pelo ombro pude sentir um calafrio me correr pela espilha. Ao mesmo tempo que o soltei o garoto depois daquilo,  pareceu se desvencilhar de mim. Ele tinha percebido meu ato.
“ Ótimo... Parece que eu atraio o que é sobrenatural... Deveria talvez andar só de luvas por aí...”
Instintivamente dei dois passo para trás.  O frio na espinha, a sensação... Aquele garoto não era exatamente humano, e aquela sensação era bem clássica de quando se envolviam com energias demonicas.
“Esse garoto...  Ele foi bom e útil... e não é hora de sair julgando... E é seu aluno Antony...”
Tentei continuar como se nada tivesse ocorrido. Já tinha tido problemas com outros garotos por notarem minha reação ao perceber de suas diferenças e não tinham terminado em situações agraveis. Além do mais a escolha de palavras dele havia me preocupado, “aqui dói” isso não era nada bom. Talvez com o tempo pudesse entender melhor o que ele queria dizer com isso e o que ele era.
  -Bom, Victor eu não tinha intenção de tomar sorvete na cozinha com os alunos. Creio que não seria muito apropriado para mim sendo professor e provavelmente  os incomodaria ali parecendo uma figura de autoridade e controle, e provável que eu fosse ali uma figura destoante e deslocada... Além do mais, você já havia deixado claro o incomodo com as meninas que lá estavam.
Suspirei e olhei um pouco o céu como se buscasse entender o clima ou talvez buscasse alguma informação no ar, mas estava apenas decidindo onde ir.
  -Vamos dar uma volta de carro, tem uma lanchonete aqui perto da fundação e tem sorvete por lá, um bom Sunday...  Vem.
Como a academia era um tanto fora dos centros urbanos, e com o salário melhor, acabei decidindo comprar um carro, não era nada luxuoso, um carro popular, um pouco antigo, mas em bom estado, de cor preta e discreto.
Tirei a chave do carro do bolso e agirei entre os dedos a mostrando ao garoto e então segui para a garagem esperando que ele me acompanhasse. Em outra situação o teria puxado para vir junto, mas era melhor não o tocar tanto. Não sem me concentrar bastante para prevenir situações contrangedoras.

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Mensagem  Victor R. Nijinski Qui Out 29, 2015 12:26 pm

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Era curioso ver alguém se esforçar a ser simpático comigo, Antony me trazia ainda mais para o lado de “cá”, ele parecia confuso sobre algo minha pessoa, era a primeira vez que alguém naquele lugar deve ter de fato olhado para mim com algum afinco para enxergar muito além do que apenas o fisico, mas eu desconfiava que o egocentrismo reinava entre a maioria dos indivíduos de Amalgama  e é por isso e não muito além que isso o motivo na qual a maioria das pessoas pareciam incapazes de a fundo olharem uns para os outros.


Antony então começou a falar sobre não irmos para a cozinha, lá estaria mesmo cheio de alunos e isso poderia ser desconfortável para todos, ele estava um tanto quanto certo e fez bastante sentido, fiz um sinal com a cabeça concordado enquanto rapidamente percebia uma barata discretamente surgir na parede e rapidamente se afastar para além do meu ponto de vista. “O que ela esta fazendo aqui ? Tão alto.” Pensei comigo mesmo refletindo sobre a resistente criaturinha.


Nesse intervalo em que observei a barata, Antony parecia pensar em algo além dos limites materiais e espirituais da Academia quando rapidamente quando de repente falou sobre sairmos para além daquele lugar.


– Você pode tirar alunos dos limites da Academia? -


Sem me responder, Antony começou a sair da torre, acho que ele sequer me ouviu e no entanto comecei a segui-lo para a garagem, quando cheguei próximo a Antony, por suas costas comentei.


– Eu te encontro na  garagem, Doutor. -

E por fim, sumi para encontra-lo no devido lugar como ponto de encontro. (Invisibilidade, Imperceptível e alta velocidade)





(Fenton Aprova Um Pouco)

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Mensagem  Antony Romazzi Ter Nov 03, 2015 4:43 pm


Garagem



Eu ouvi a pergunta dele sobre a retirada de alunos, mas preferi não responder e fingir que não sabia. Era provável que como professor e tutor sendo responsável pelos alunos eu os pudesse levar para outros lugares, como um tipo de excursão escolar, mas talvez para aquilo eu precisasse de algum tipo de autorização, e como não tinha vontade de verificar aquele tipo de coisa, era melhor fingir que nenhuma pergunta havia sido feita e qualquer coisa que acontecesse eu poderia alegar ignorância. Mas não acreditava que algo pudesse ocorrer numa lanchonete.
Caminhava me direção a garagem quando ouço Victor comentar que me encontraria na garagem e então o garoto some e apenas sinto um leve deslocamento de ar. Aquilo talvez pudesse me assustar se eu não estivesse acostumado a ver espíritos de pessoas que apareciam e sumiam, se não tivesse numa escola cheia de gente “diferente”, ou se não tivesse já percebido aquela aura e sensação estranha ao redor do garoto.
- Muito bem... - suspirei a mim mesmo e segui o caminho.
Não tinha certeza se ele não queria ser visto andando comum professor, entendo que muitas vezes para alunos isso ser ruim a sua imagem. Ou se ele só queria se mostrar.
Após alguns minutos andando devagar cheguei a garagem, olhei em volta e nada do garoto. Talvez estivesse lá invisível ainda ou havia decidido ir a outro lugar e aquilo de ficar um visível havia sido um jeito discreto de me dizer que não viria junto.
Segui até o carro, abri a porta e olhando em volta me pronunciei ao nada.
- Este é o carro, tome o assento do passageiro, por favor...
Tomei o local do motorista e dei partida no carro esperando ao menos algum movimento ao meu lado no carro.
Esperaria ali um minuto, se nada acontecesse eu sairia mesmo assim, dar um volta seria bom. Mesmo que sem o motivo de levar meu aluno para tomar sorvete.
Seria algo curto, cerca de 5 minutos de carro e estaria na lanchonete. E sem Victor, tomaria eu apenas um pouco de café.


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Mensagem  Victor R. Nijinski Qua Nov 04, 2015 12:16 pm

Виктор Нижинский




Não notado, não sentido, apenas um vulto e não um menino, para o mestre foi perceptível, no entanto mal entendido.

Passos insonoros que pouco pareciam passos, um fantasma que perambula nos campos do passado, anos e anos passam e tampouco é notado.

“Hormônios e trejeitos, ambiguidade das situações, desentendimento e confusão, preconceito e ostentação, jovens sem visão vendo o mundo por sua própria percepção.”

Corredores e percalços, campos alcançados domados por um homem de mistérios passados, vertigem de corpo, alma e enlaços, desejos inalcançados, perdidos e ingratos.

Senhores e Senhoras de mente elevada, corpo evoluído e manipulação controlada, egocêntricos e insanos, cegos sem noção do tamanho do problema que causarão a população.

Patio onde os dragões de ferro dormem, no aguardo imperceptível do senhor amargurado, confissão por dedicação de um crápula não realizado, tempo passado e o homem amigável nada apaziguado não chegou ao ponto anteriormente marcado.

Mais um pouco o tempo caminha, bamboleando para vários lados até que o senhor da marca encontra seu dragão domesticado, sem a vista do garoto perdido ele se aninha, no aguardo do espirito a tempos pouco interpretado na espera sombria de compreender o mundo estranho habitado.

- Italiano perdido, afogado nas lamurias de seu ser, angustia, não loucura, insana sinfonia do sangue derramado, doentes os homens que feriram seu amado, impunes pelo tamanho da ferida marcada. -

Dito sem rodeios, sem devaneios ou resguardos vindo sem muito sentido do banco de trás do carro.








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Mensagem  Antony Romazzi Qua Nov 04, 2015 11:54 pm


trajeto



Imaginei que o garoto fosse surgir, abrir a porta do carro e entrar no banco do passageiro ao lado do motorista, mas as coisas foram bem diferentes. Do nada a voz do garoto surge do bando de trás do carro me fazendo assustar e deixar o carro que tinha acabado de dar partida morrer. Não era a voz surgir que me assustava, mas sim as palavras ditas.
Sem muito pensar ou me importar com nada, me virei fulminando Victor seriamente com o olhar. O desconforto interno se mostrava na garagem com as luzes do local piscando por minha causa, efeitos poltergeist.
Voltei a encarar o volante e respirei fundo. Havia me lembrado de John contando como criaturas demoníacas fariam tudo para provocar as pessoas a cometerem atos hediondos.
Apertava forte com as mãos o volante enquanto tentava me controlar, fazer as luzes pararem de piscar e não voar sobre aquele moleque e tirar dele todas as informações sobre si ao tocá-lo e saber muito bem como ele tinha aquele conhecimento sobre mim. Sempre deixei muito bem quieto e enterrado só comigo, o que tinha passado.
O encarei por alguns segundos através do espelho do retrovisor, respirando fundo, a voz saiu um tanto quanto ríspida e ressentida. Mais do que gostaria de mostrar.
- Muito bem...
“Se controle... não caia no jogo dele... Lembre-se que John disse...”
- Bom, creio que vai ficar aí no banco de trás, certo... Vamos então tomar sorvete... Creio que eu precise também de um agora...
Dei novamente partida no carro e avancei saindo com ele pela garagem.
- E espero que tenha bem mais cuidado com o que fala por aí...
Saí dirigindo mais rápido do que deveria, e de forma maquinal. Tentava botar em ordem os pensamentos com tudo que havia sido evocado com as palavras do garoto.
Não toquei nenhuma palavra com Victor nos minutos seguintes, apenas o observava as vezes pelo espelho do retrovisor enquanto dirigia.
Parei o carro no estacionamento em frente a tal lanchonete. Era uma lanchonete simples, tipo aquelas de beira de estrada, sem muito luxo, paredes com grandes vidraças, um balcão cheio de bancos altos, e mesas circundando as vidraças.
- Chegamos... Vem.
Disse serio e saí do carro sem demoras e sem ajudar ou esperar o garoto. Mas por mais que estivesse um tanto quanto transtornado não era certo agir daquela forma. Ao menos então para diminuir aquela situação ruim, me dirigi até a porta e a abri a segurando como um bom cavalheiro o esperando passar por ela.
“Vai que ele está algo como possuído e não falou aquilo para provocar de propósito... preciso saber direito... Controle Antony, controle...”
- Vai lá, escolha uma mesa para sentarmos.



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Mensagem  Victor R. Nijinski Qui Nov 05, 2015 12:52 pm

Виктор Нижинский




Não entendi bem o motivo do nervosismo de Antony, no carro ele parecia ter ficado furioso, mas eu não havia contado para ninguém, eu apenas sentia o que lhe angustiava, eu sei, ele sabe, por que o segredo? Por que? Me diz, por que esses homens de mais idade que comandam o mundo podem saber tudo e eu não? Eu não machuco, esperava que ele visse, entendesse, preconceituoso, não conhece, não entende.

O olhar fulminante me faz calar, baixar a cabeça, a garagem vibrou e por um minuto pensei estar no carro com o inimigo, não com meu professor, eu devia faze-lo esquecer, mas ele tem poder e eu não sei o que poderia ocorrer então o olhar desviei e para a janela mirei durante toda a viagem que se prosseguiu.

Olhava as ruas, moças e rapazes na noite, desejos e mentes altas, inalcançados, de Antony nenhuma palavra, nenhuma expressão e envergonhado sussurrei. “Desculpa”. Mas ele não deve ter ouvido, eu entendo.

Quando chegamos ele foi grosso, não me incomodei encarar a face da angustia é doloroso e o começo da busca para a solução sobre ela. Mesmo com o nervosismo ele saiu do carro, abriu a orta para mim, fiquei constrangido, me senti fraco, mas nada comentei, apenas sai do carro e fui a frente dele para o lugar, ele falou para eu escolher um lugar e no caminho passamos por um casal, um rapaz forte de cabelo raspado ao lado e cabelo bastante curto, usava um casaco militar e beijava intensamente a moça que o acompanhava, os encarei em certo tempo e logo entrei no lugar, sentei-me perto da janela e ainda olhava o casal, não notei se Antony estava perto, descuido meu.

– Guerra, sangue, juventude e medalhas, um soldado no campo de batalha, feroz, guerreiro viril, crianças mortas e memórias perambuladas, passado doloroso com fantasmas em excesso, agora mente para si mesmo numa dor constante, beija a mulher, mas no campo perdeu o amante. -

Desviei o olhar, do casal para a mesa e depois para os sorvetes, o ambiente frio pelo ar condicionado me conforta, me faz pensar numa história feliz de um final marcante na Russia, uma vida sem dor.








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Mensagem  Antony Romazzi Qui Nov 05, 2015 6:35 pm


Sunday    



Eu o observei entrar no local, enquanto segurava a porta para ele num ato de gentileza e para tentar amenizar minha atitude anterior e logo o segui. Nem teria notado o casal ali aos beijos se não fosse por Victor os ficar olhando e soltar mais um grupo de palavras, provavelmente ali se referindo sobre o rapaz com jaqueta militar. Mas aquela situação ali me fez ter um estalo sobre o que ele havia dito antes e o motivo, e talvez sobre como ele funcionasse.
- Você...
Parei ao notar a aproximação da garçonete, seria bom também alguns segundos para organizar melhor minha fala.
- Por favor, um café for... Não...  Desculpe é o costume. -  ri sem graça para a garçonete -    Dois Sundays de morango com calda de chocolate. Apenas isso por enquanto.
A garçonete anota o pedido e logo sai, então me volto ao garoto.
- Sunday de morango com calda de chocolate é o melhor, eu garanto. - suspiro e diminuo o tom de voz, não era bom outros ouvirem aquilo –  Bom, aquilo que você disse, foi por causa da sua capacidade, você vê pessoas e logo tem informações dela e sem muito controle fala elas... É vamos trabalhar nisso para pelo menos você não falar em momentos não oportunos... Diminuir problemas e chateações para você.
Dou a  ele um meio sorriso tentando lhe passar confiança como professor a ele sem saber se teria algum efeito, afinal o garoto nem olhava na minha cara, e com razão.
- Olha desculpa a reação que tive, conteúdos complicados e particulares... – encarei a janela olhando longe -  Eu também tenho alguns problemas em receber informação que não quero, mas costumo ter reações diferentes do que a fala delas. Tenho tido melhor controle sobre isso com o tempo, logo acho que posso ser alguém a te ajudar, se quiser claro. Como professor já estou a disposição...
Mantive silêncio então, esperando dele talvez alguma resposta ou reação. Esperava estar certo sobre ele e que ele me desculpasse e entendesse a situação.
“Se ele não te desculpar a culpa é sua mesmo... sempre é sua culpa no fim”
E como sempre minha mente não ajuda em nada. Pelo menos logo chega a garçonete com os sorvetes, duas grandes taças longas cheias do doce e gelado creme rosado e cobertas com calda escura de chocolate, chantilly e uma vermelha cereja no topo. Ela coloca as taças na mesa em frente a mim e meu aluno e então sai.
- Obrigado... – a agradeço enquanto ela se retira –  Bom Victor, espero que aprecie a experiência e guarde agora na memória o que é tomar sorvete.
O espero começar a comer para degustar o meu. Sunday de morango me traziam memórias do passado.
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[RP] Alta conversa na madrugada  Empty Re: [RP] Alta conversa na madrugada

Mensagem  Victor R. Nijinski Sex Nov 06, 2015 9:43 am

Виктор Нижинский




Logo depois que disse sobre o rapaz do lado de fora da sorveteria Antony parecia ter percebido alguma coisa, iniciou uma frase e não a terminou e assim que a garçonete chegou se confundiu com o pedido que rapidamente foi substituído por uma dupla de sundays de morango com calda de chocolate, pedido curioso, mas tudo bem.

Esperei Antony terminar de falar, seus aconselhamentos sobre o que eu devia fazer em relação ao cuidado da forma que eu devia falar sobre o que eu via, nesse momento eu pude notar um problema que habitava o cerne do Dr. Romazzi, ela abraçava sempre a primeira ideia que vinha a sua mente sobre um determinado assunto, um pouco impulsivo nesse quesito pelo menos ele pendia para uma duvidosa racionalidade quando tratava-se de rever conceitos, ainda assim era incomodo pensar que tudo que eu fizesse naquela noite resultaria numa avaliação precipitada de um homem que ve apenas a ponta do Iceberg.

Mas eu sei o motivo dele fazer isso, eu compreendo, Antony é o tipo de homem que crê já ter visto de tudo, ou quase tudo, ainda mais quando se trata de alguns meios de paranormalidade, logo ele sempre vai recorrer a sua experiência para avaliar um novo indivíduo da área ligando-o sempre com aspectos que já conhece. Romazzy ainda era “Bom”, ele tentava me aconselhar fazendo uma comparação breve com suas próprias capacidades o que não era feito por mal, eu entedia isso, mas também não era a melhor forma de “tratar” a coisa toda.

Evitando contato visual pude ouvir tudo o que ele dizia enquanto sentia um incomodo fluir pela garçonete que chegava com o sorvete, Antony esperava de mim algo a ser dito, mas assim que a moça saiu sem poder me ouvir, em tom baixo comentei.

– Crianças e preocupações, um filho sem pai, mas no meio de aflição entrelaçado com medo existe esperança e amor. -

Peguei a colher no meu sunday e o coloquei na minha boca, senti o doce gelado na boca e soltei um sorriso, havia me esquecido o como era gostoso, o motivo de ter me esquecido? Me esqueci, mas era bom mesmo assim, eu sabia. Vi então Antony e pude perceber que havia muito mais sobre aquele doce do que ele parecia demonstrar.

– Esse doce tem saudade e conforto para você, tem história também, lhe da... paz? Olha, eu não sei ainda se você entendeu como eu funciono nesse caso, talvez não seja tão fácil para os outros, nem para mim, mas não é ruim, eu já dominei isso, eu falo quando sinto que é bom falar, clareza e transparência, é bom. Bom também o sorvete. -

Tomei mais uma colherada do sorvete.









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Mensagem  Antony Romazzi Dom Nov 08, 2015 6:53 pm


Cereja    



Com a chegada da garçonete deixando os sorvetes, novamente Victor faz aquilo, em tom baixo, fala coisas sobre elas. Aquilo me deixou um pouco preocupado. Eu poderia não ser o único a ficar incomodado com o que ele diz assim, e mesmo sabendo que ele não era nada fraco, ao visto que fez no baile, ainda me preocupava que aquilo, aqueles comentários pudessem trazer problemas a ele. Porém, minha preocupação se desfez um pouco ao observá-lo provar o sorvete. O sorriso que deu com a primeira colherada, foi satisfatório a mim, que havia levado ele para tal experiência.
E logo ele começa a comentar sobre a relação minha com o sorvete. Aquilo me era um pouco incomodo, tinha perdido costume de conversa com os outros sobre mim acima de qualquer banalidade do dia-a-dia, e no fim o foco sempre ficava sobre como estava indo o trabalho ou no máximo sobre minha intimidade era se havia comido bem, ou dormido direito. Eu sempre evitava conversar mais profundas de experiências pessoais, e geralmente as pessoas pareciam entender isso e já não questionavam. Mas Victor ali não aprecia entender a mensagem, ou melhor, não parecia controlar-se de não comentar.
Por fim, se pretendia tomar aquele sorvete e ficar em bom termos com aquele aluno, era melhor conversar com ele nos termos dele.
- Sunday de morango com calda de chocolate... Um clássico... – tirei os olhos dele, ficava mais confortável falar assim – É algo que sempre tomava antigamente em New York em vários momentos, comemorações de cosias pequenas como o concluir de uma disciplina ou para tentar melhorar o animo... Era também o favorito de... Deixa para lá... Sim de certa forma me traz paz...
Quase falei de mais ali. Era melhor focar na outras partes da fala dele.
- Clareza e transparência. Entendo, apenas Victor, talvez para quem ouça o que diga não seja tão bom ou claro... Pessoas tem problemas ao lidar com conteúdos delas, falar certas cosias pode parecer a elas rude e isso que pode lhe trazer problema. Mas entendo seu ponto. Apenas cuidado para não cutucar feridas alheias sem necessidade...
Encarei meu Sunday ainda intocado e lembrei de um detalhe de comportamento que sempre fazia e então olhei Victor tomando a colher em minhas mãos.
- Sabe, eu nunca fui muito fã de cerejas em calda, adoro as frescas, mas essas... Então sempre que ia tomar um Sunday acompanhado eu fazia isso... – delicadamente removi com a colher a cereja do meu sorvete e a depositei ao lado da cereja do sorvete de Victor -   Pronto agora você tem duas, aproveite.
Foi impossível não rir fazendo aquilo, era uma lembrança bastante vívida no momento, eu lembro como aquela pessoa gostava de cereja e ficava feliz que eu não quisesse as minhas e desse a ela. Me era quase prazeroso fazer aquilo só pra ver o riso no outro rosto. E lembrar de piadas quanto a eu dar a minha “cereja” pra ele comer.
Ao mesmo tempo que aquilo me fez rir, foi um soco no estomago, lembrar que havia também acabado. Suspirei fundo desviando o olhar e tomando então uma colherada do sorvete. Infelizmente aquilo não foi capaz no momento de me tirar um sorriso do rosto.
- Que bom que gostou do sorvete... – apesar de não ter nenhuma animação na minha fala, aquilo era verdade. Estava feliz por ele.

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