[RP] Alta conversa na madrugada
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[RP] Alta conversa na madrugada
Participantes: Victor R. Nijinski, Antony Romazzi
Tempo: Passado - horas após ocorrido da festa de inauguração da fundação para ano letivo.
Local: Terraço da torre dos Allumians
RP Fechada
Tempo: Passado - horas após ocorrido da festa de inauguração da fundação para ano letivo.
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Última edição por Antony Romazzi em Dom Out 18, 2015 4:10 am, editado 1 vez(es)
Antony Romazzi- Mensagens : 70
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Passeio Noturno
Após o incidente da festa de inauguração da academia, passei um longo tempo no escritório ajeitando papeis e documentos que seriam provavelmente necessários para a situação, justificar o ocorrido, organizar um enterro descente e lidar com familiares, era o máximo que poderia fazer ali, além das orações e o breve ritual para guiar o espírito da menina ao sua devida destinação, mas claro que essa parte ninguém notou, no máximo pensaram que eu estava chorando sentado ao lado da pedra.
Após tanto tempo ali, precisava de um pouco de ar. Não tinha muito interesse em conversar com ninguém, nem aluno e nem professores no momento. Precisava só respirar.
Decidi que o melhor lugar ali seria talvez o terraço da torre dos Allumians, duvidava que alguém poderia ir para aquele lugar no meio da madrugada após tudo que ocorrera. Era um bom lugar para se respirar um pouco. Na noite lá sempre tinha um bom vento.
Discretamente e agora com as roupas normais e não mais aquela fantasia cheia de LEDs segui para o local.
Acabei ficando surpreso ao encontrar lá Victor, era o nome do garoto que ficara ao meu lado na festa. Enquanto via as papeladas na minha mesa descobri seu nome e que ele seria um aluno meu. Mais um para provavelmente tentar proteger e falhar.
Pensei em retornar assim que o vi lá sentado, ir a outro lugar e ficar sozinho, mas também tinha curiosidade em conversar com ele sobre o corrido, seria bom.
Respirei fundo e então silenciosamente fui até seu lado sentado também no chão, mas sem encará-lo
-Boa noite...
Antony Romazzi- Mensagens : 70
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Виктор Нижинский
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
terraço
Esperava inicialmente do garoto um retorno do cumprimento dado a ele, mas tive algo bem diferente. Recebi um discurso sobre como aquele garoto via tudo e me via na situação da festa. Realmente as coisas tinham tido um efeito maior sobre os alunos do que parecia.
- Entendo o que diz, mas sinceramente já estou num ponto de vida que não sei se acho que alguém vá ficar me entendo. Estou aqui a trabalho e não em busca de agradecimentos, massagem no ego ou sem entendido. Talvez no máximo busque aqui ser aceito como mais um estranho que tenha poderes estranhos... E creio que cada professor aqui a seu modo, tente fazer o seu melhor e talvez seja bom que sejamos bem variados quanto as questões do mundo, isso permite dar mais visões e possibilidades aos alunos...
A verdade era que eu não poderia ali sair reclamando de tudo para um aluno o fazendo a ficar mais desacreditado de tudo do que já se mostrava, e também não seria nada polido e ético da minha parte fazer comentários complicados em relação a colegas de trabalho. Existe querendo ou não ainda uma coisa de proteção de classe. E começava ali entender porque era de meu encargo a aula de diplomacia. Eram assuntos delicados a se falar e precisava de cuidado ao abordá-los.
- Sobre cada um deles não posso como você definir quem são facilmente em palavras. Os conheço pouco, sou professor nessa escola a pouco tempo. Mas sei da fama que precede Victor Von Doom, porém fora ele que oferecera a mim a oportunidade de trabalhar como professor, então talvez ele esteja mudando...
Com o dedo discretamente fazia pequenos círculos no chão como se estivesse desenhando.
- Quanto a menina me agradecer... É um comentário gentil da sua parte, agradeço, mas eu duvido disso. Dedicar a ela alguns momentos e me importar com ela, era o mínimo que poderia fazer, afinal direta e indiretamente sou eu o responsável por sua morte. Dar-lhe uma oração e um indicativo de caminho para onde seguir e não se torna um espírito preso a terra com rancor era o mínimo que poderia fazer para amenizar minha culpa.
Lembrar daquilo instintivamente fez com que meu corpo sentado ali no chão desse uma leve encolhida. Era minha culpa. Porém as palavras do garoto logo me fizeram mudar o foco. Por um instante cheguei a rir um pouco por ironia mas logo me pus sério.
- Victor, sim vi seu nome nas fichas dos alunos, entenda que meu choro e lagrimas são meus, e não estão aqui para fazer show para ninguém, e muito menos a nenhum professor. Se alguém acha que poder usar isso contra a mim e a seu favor que o faça, eu não me importo. Quanto à morte, sim ela é parte do ciclo da vida, porém há mais além dela. A morte quando chega seu momento é sim bem vinda, mas quando chega antes pode ser bastante complicada. Ao lidar com os espíritos, suas raivas e motivações perdidas, fica um pouco difícil de acreditar que após a morte se tenha um descanso ou um alívio. E infelizmente querendo ou não apesar de diferente, eu ainda sou apenas um humano...
Um incômodo de vozes na minha cabeça começava a se forma, precisei concentrar um pouco para que elas se calassem enquanto o garoto observava a noite e os morcegos tive tempo de discretamente colocar um dedo na minha têmpora e concentrar para silenciá-las por um instante.
- Se quiser me desconsiderar como um professor, ou como alguém, faça como quiser, porém ainda terá que passar por minhas aulas, então sugiro que tente focar no conteúdo e não em mim e isso pode talvez lhe facilitar as cosias, e creio que talvez isso lhe valha para os outros professores também. Foque na sua formação...
Por fim o garoto me questiona o motivo de eu estar ali. Coloquei a mão sobre o rosto como se fosse possível notar assim se estaria com olheiras.
- Insônia, tristeza e café, já me são companheiras de longa data. – esbocei um sorriso com aquilo – Admito estar sim inicialmente apenas buscando um lugar para repousar e refrescar a cabeça, sozinho. Porém, como disse sobre eu ser diferente dos outros professores, eu precisava falar com você e lhe agradecer, e me pareceu propícia a situação para o agora. Foi notável seu desempenho como combatente, mas, mais notável suas ações em cooperar, tomar atitude de pular a frente e se importar em usar seus ataques para proteger e contribuir com outros no lugar de apenas aumentar suas glorias combativas. Esse tipo de atitude é necessária de ser notada e condecorada.
Passai a mão pelo bolso do casaco que vestia buscando algo ali no improviso, retirando um bombom que tinha nele e o entreguei ao garoto.
- Considere isso como uma premiação improvisada pelos seus atos, não por derrubar monstros, mas por atitude de partir a frente e cooperar. – suspirei - Além disso, como seu professor e diretor de grupo. Gostaria de conversar e verificar se estava bem e como lhe foi aquela situação nada agradável. É a minha responsabilidade. E às vezes me é bom conversar com pessoas físicas e vivas, do que com espíritos que ninguém vê que me faz parecer um maluco falando sozinho com a parede... Mas me diga o que faz você aqui sozinho também? Achei que todos os garotos haviam ido tentar ter um pouco de diversão, apesar de tudo, com sorvete na cozinha...
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Виктор Нижинский
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Sorvete?
O comentário sobre os morcegos me fizeram para e pensar se talvez eu não estivesse falando muito. Ou talvez, sendo inconveniente ao garoto que parecia estar lá também buscando ficar sozinho. Sorri de forma forçada ali tentando não ser desagradável.
-Sim, são... – e no funda concordavam que eram sim. A menos que estivesse numa caverna cheia deles defecando sobre minha cabeça.
Em seguida ele me agradece pelo bombom, e de certa forma reclama de minhas crenças, é eu realmente tinha falado de mais, e por fim no ato de modéstia diz que não fez nada notável.
- De nada... Bom, pode considerar assim, porém a mim foi notável, afinal fora você o único aluno que percebi a se preocupar em ajudar os outros e não só salvar a sua pele. Não falo pelas questões de poder e força, ou resultados, mas notável pela escolha de atos. Por isso o mimo, uma forma de agradecer e mostrar que notei isso...
Falei observando o garoto que parecia distante e cabisbaixo. Que depois me questiona sobre o sorvete e sobre as pessoas da academia, mas sem concluir o pensamento ele questiona sobre meu riso anterior.
- Nada de importante, só que realmente posso dizer que tristeza, café e insônia são as companheiras mais íntimas que tenho, isso quase soa irônico... Esqueça disso coisa de velho... Quanto ao sorvete, bom o sabor doce e gelado, e alta taxa de açúcar costumam animar pessoas. E creio que comemoram por estarem vivas, mesmo numa situação complicada que passaram. E bom acho que é um tipo de compensação pela festa que perderam...
Elevei uma sobrancelha sobre óculos o encarando.
- Victor você disse que não se lembra sobre o sabor de sorvete? Nunca tomou sorvete para tentar se animar? Ou tomou quando queria comemorar algo? Hm...
Aquilo na era bom, ele aprecia nem ter direito 15 anos, não era justo um adolescente como ele nem saber sobre o gosto do sorvete ou se animar com aquilo. Minha vida eu tinha estragado, mas pude aproveitar bem até chegar ao ponto onde... Mas ele era apenas um garoto. Levantei então decidido e talvez até um pouco sério de mais para o que faria.
- Muito bem, levante-se Victor. Vamos resolver isso, vamos tomar um sorvete eu e você.
Não dei muita escolha a ele, fora o tom de voz sério que usei, o segurei pelos ombros num misto de dar lhe apoio e suporte moral, mas também o pegando para o por de pé e o conduzir para outro lugar para tomar um sorvete.
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Виктор Нижинский
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Para o carro…
Não foi muito boa ideia colocar a mão no ombro do garoto, precisava logo me acostumar com a situação que aquela instituição teriam pessoas e entidade peculiares. Mesmo sobre a roupa só de segurar Victor pelo ombro pude sentir um calafrio me correr pela espilha. Ao mesmo tempo que o soltei o garoto depois daquilo, pareceu se desvencilhar de mim. Ele tinha percebido meu ato.
“ Ótimo... Parece que eu atraio o que é sobrenatural... Deveria talvez andar só de luvas por aí...”
Instintivamente dei dois passo para trás. O frio na espinha, a sensação... Aquele garoto não era exatamente humano, e aquela sensação era bem clássica de quando se envolviam com energias demonicas.
“Esse garoto... Ele foi bom e útil... e não é hora de sair julgando... E é seu aluno Antony...”
Tentei continuar como se nada tivesse ocorrido. Já tinha tido problemas com outros garotos por notarem minha reação ao perceber de suas diferenças e não tinham terminado em situações agraveis. Além do mais a escolha de palavras dele havia me preocupado, “aqui dói” isso não era nada bom. Talvez com o tempo pudesse entender melhor o que ele queria dizer com isso e o que ele era.
-Bom, Victor eu não tinha intenção de tomar sorvete na cozinha com os alunos. Creio que não seria muito apropriado para mim sendo professor e provavelmente os incomodaria ali parecendo uma figura de autoridade e controle, e provável que eu fosse ali uma figura destoante e deslocada... Além do mais, você já havia deixado claro o incomodo com as meninas que lá estavam.
Suspirei e olhei um pouco o céu como se buscasse entender o clima ou talvez buscasse alguma informação no ar, mas estava apenas decidindo onde ir.
-Vamos dar uma volta de carro, tem uma lanchonete aqui perto da fundação e tem sorvete por lá, um bom Sunday... Vem.
Como a academia era um tanto fora dos centros urbanos, e com o salário melhor, acabei decidindo comprar um carro, não era nada luxuoso, um carro popular, um pouco antigo, mas em bom estado, de cor preta e discreto.
Tirei a chave do carro do bolso e agirei entre os dedos a mostrando ao garoto e então segui para a garagem esperando que ele me acompanhasse. Em outra situação o teria puxado para vir junto, mas era melhor não o tocar tanto. Não sem me concentrar bastante para prevenir situações contrangedoras.
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Виктор Нижинский
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Garagem
Eu ouvi a pergunta dele sobre a retirada de alunos, mas preferi não responder e fingir que não sabia. Era provável que como professor e tutor sendo responsável pelos alunos eu os pudesse levar para outros lugares, como um tipo de excursão escolar, mas talvez para aquilo eu precisasse de algum tipo de autorização, e como não tinha vontade de verificar aquele tipo de coisa, era melhor fingir que nenhuma pergunta havia sido feita e qualquer coisa que acontecesse eu poderia alegar ignorância. Mas não acreditava que algo pudesse ocorrer numa lanchonete.
Caminhava me direção a garagem quando ouço Victor comentar que me encontraria na garagem e então o garoto some e apenas sinto um leve deslocamento de ar. Aquilo talvez pudesse me assustar se eu não estivesse acostumado a ver espíritos de pessoas que apareciam e sumiam, se não tivesse numa escola cheia de gente “diferente”, ou se não tivesse já percebido aquela aura e sensação estranha ao redor do garoto.
- Muito bem... - suspirei a mim mesmo e segui o caminho.
Não tinha certeza se ele não queria ser visto andando comum professor, entendo que muitas vezes para alunos isso ser ruim a sua imagem. Ou se ele só queria se mostrar.
Após alguns minutos andando devagar cheguei a garagem, olhei em volta e nada do garoto. Talvez estivesse lá invisível ainda ou havia decidido ir a outro lugar e aquilo de ficar um visível havia sido um jeito discreto de me dizer que não viria junto.
Segui até o carro, abri a porta e olhando em volta me pronunciei ao nada.
- Este é o carro, tome o assento do passageiro, por favor...
Tomei o local do motorista e dei partida no carro esperando ao menos algum movimento ao meu lado no carro.
Esperaria ali um minuto, se nada acontecesse eu sairia mesmo assim, dar um volta seria bom. Mesmo que sem o motivo de levar meu aluno para tomar sorvete.
Seria algo curto, cerca de 5 minutos de carro e estaria na lanchonete. E sem Victor, tomaria eu apenas um pouco de café.
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
trajeto
Imaginei que o garoto fosse surgir, abrir a porta do carro e entrar no banco do passageiro ao lado do motorista, mas as coisas foram bem diferentes. Do nada a voz do garoto surge do bando de trás do carro me fazendo assustar e deixar o carro que tinha acabado de dar partida morrer. Não era a voz surgir que me assustava, mas sim as palavras ditas.
Sem muito pensar ou me importar com nada, me virei fulminando Victor seriamente com o olhar. O desconforto interno se mostrava na garagem com as luzes do local piscando por minha causa, efeitos poltergeist.
Voltei a encarar o volante e respirei fundo. Havia me lembrado de John contando como criaturas demoníacas fariam tudo para provocar as pessoas a cometerem atos hediondos.
Apertava forte com as mãos o volante enquanto tentava me controlar, fazer as luzes pararem de piscar e não voar sobre aquele moleque e tirar dele todas as informações sobre si ao tocá-lo e saber muito bem como ele tinha aquele conhecimento sobre mim. Sempre deixei muito bem quieto e enterrado só comigo, o que tinha passado.
O encarei por alguns segundos através do espelho do retrovisor, respirando fundo, a voz saiu um tanto quanto ríspida e ressentida. Mais do que gostaria de mostrar.
- Muito bem...
“Se controle... não caia no jogo dele... Lembre-se que John disse...”
- Bom, creio que vai ficar aí no banco de trás, certo... Vamos então tomar sorvete... Creio que eu precise também de um agora...
Dei novamente partida no carro e avancei saindo com ele pela garagem.
- E espero que tenha bem mais cuidado com o que fala por aí...
Saí dirigindo mais rápido do que deveria, e de forma maquinal. Tentava botar em ordem os pensamentos com tudo que havia sido evocado com as palavras do garoto.
Não toquei nenhuma palavra com Victor nos minutos seguintes, apenas o observava as vezes pelo espelho do retrovisor enquanto dirigia.
Parei o carro no estacionamento em frente a tal lanchonete. Era uma lanchonete simples, tipo aquelas de beira de estrada, sem muito luxo, paredes com grandes vidraças, um balcão cheio de bancos altos, e mesas circundando as vidraças.
- Chegamos... Vem.
Disse serio e saí do carro sem demoras e sem ajudar ou esperar o garoto. Mas por mais que estivesse um tanto quanto transtornado não era certo agir daquela forma. Ao menos então para diminuir aquela situação ruim, me dirigi até a porta e a abri a segurando como um bom cavalheiro o esperando passar por ela.
“Vai que ele está algo como possuído e não falou aquilo para provocar de propósito... preciso saber direito... Controle Antony, controle...”
- Vai lá, escolha uma mesa para sentarmos.
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Виктор Нижинский
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Sunday
Eu o observei entrar no local, enquanto segurava a porta para ele num ato de gentileza e para tentar amenizar minha atitude anterior e logo o segui. Nem teria notado o casal ali aos beijos se não fosse por Victor os ficar olhando e soltar mais um grupo de palavras, provavelmente ali se referindo sobre o rapaz com jaqueta militar. Mas aquela situação ali me fez ter um estalo sobre o que ele havia dito antes e o motivo, e talvez sobre como ele funcionasse.
- Você...
Parei ao notar a aproximação da garçonete, seria bom também alguns segundos para organizar melhor minha fala.
- Por favor, um café for... Não... Desculpe é o costume. - ri sem graça para a garçonete - Dois Sundays de morango com calda de chocolate. Apenas isso por enquanto.
A garçonete anota o pedido e logo sai, então me volto ao garoto.
- Sunday de morango com calda de chocolate é o melhor, eu garanto. - suspiro e diminuo o tom de voz, não era bom outros ouvirem aquilo – Bom, aquilo que você disse, foi por causa da sua capacidade, você vê pessoas e logo tem informações dela e sem muito controle fala elas... É vamos trabalhar nisso para pelo menos você não falar em momentos não oportunos... Diminuir problemas e chateações para você.
Dou a ele um meio sorriso tentando lhe passar confiança como professor a ele sem saber se teria algum efeito, afinal o garoto nem olhava na minha cara, e com razão.
- Olha desculpa a reação que tive, conteúdos complicados e particulares... – encarei a janela olhando longe - Eu também tenho alguns problemas em receber informação que não quero, mas costumo ter reações diferentes do que a fala delas. Tenho tido melhor controle sobre isso com o tempo, logo acho que posso ser alguém a te ajudar, se quiser claro. Como professor já estou a disposição...
Mantive silêncio então, esperando dele talvez alguma resposta ou reação. Esperava estar certo sobre ele e que ele me desculpasse e entendesse a situação.
“Se ele não te desculpar a culpa é sua mesmo... sempre é sua culpa no fim”
E como sempre minha mente não ajuda em nada. Pelo menos logo chega a garçonete com os sorvetes, duas grandes taças longas cheias do doce e gelado creme rosado e cobertas com calda escura de chocolate, chantilly e uma vermelha cereja no topo. Ela coloca as taças na mesa em frente a mim e meu aluno e então sai.
- Obrigado... – a agradeço enquanto ela se retira – Bom Victor, espero que aprecie a experiência e guarde agora na memória o que é tomar sorvete.
O espero começar a comer para degustar o meu. Sunday de morango me traziam memórias do passado.
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Виктор Нижинский
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Cereja
Com a chegada da garçonete deixando os sorvetes, novamente Victor faz aquilo, em tom baixo, fala coisas sobre elas. Aquilo me deixou um pouco preocupado. Eu poderia não ser o único a ficar incomodado com o que ele diz assim, e mesmo sabendo que ele não era nada fraco, ao visto que fez no baile, ainda me preocupava que aquilo, aqueles comentários pudessem trazer problemas a ele. Porém, minha preocupação se desfez um pouco ao observá-lo provar o sorvete. O sorriso que deu com a primeira colherada, foi satisfatório a mim, que havia levado ele para tal experiência.
E logo ele começa a comentar sobre a relação minha com o sorvete. Aquilo me era um pouco incomodo, tinha perdido costume de conversa com os outros sobre mim acima de qualquer banalidade do dia-a-dia, e no fim o foco sempre ficava sobre como estava indo o trabalho ou no máximo sobre minha intimidade era se havia comido bem, ou dormido direito. Eu sempre evitava conversar mais profundas de experiências pessoais, e geralmente as pessoas pareciam entender isso e já não questionavam. Mas Victor ali não aprecia entender a mensagem, ou melhor, não parecia controlar-se de não comentar.
Por fim, se pretendia tomar aquele sorvete e ficar em bom termos com aquele aluno, era melhor conversar com ele nos termos dele.
- Sunday de morango com calda de chocolate... Um clássico... – tirei os olhos dele, ficava mais confortável falar assim – É algo que sempre tomava antigamente em New York em vários momentos, comemorações de cosias pequenas como o concluir de uma disciplina ou para tentar melhorar o animo... Era também o favorito de... Deixa para lá... Sim de certa forma me traz paz...
Quase falei de mais ali. Era melhor focar na outras partes da fala dele.
- Clareza e transparência. Entendo, apenas Victor, talvez para quem ouça o que diga não seja tão bom ou claro... Pessoas tem problemas ao lidar com conteúdos delas, falar certas cosias pode parecer a elas rude e isso que pode lhe trazer problema. Mas entendo seu ponto. Apenas cuidado para não cutucar feridas alheias sem necessidade...
Encarei meu Sunday ainda intocado e lembrei de um detalhe de comportamento que sempre fazia e então olhei Victor tomando a colher em minhas mãos.
- Sabe, eu nunca fui muito fã de cerejas em calda, adoro as frescas, mas essas... Então sempre que ia tomar um Sunday acompanhado eu fazia isso... – delicadamente removi com a colher a cereja do meu sorvete e a depositei ao lado da cereja do sorvete de Victor - Pronto agora você tem duas, aproveite.
Foi impossível não rir fazendo aquilo, era uma lembrança bastante vívida no momento, eu lembro como aquela pessoa gostava de cereja e ficava feliz que eu não quisesse as minhas e desse a ela. Me era quase prazeroso fazer aquilo só pra ver o riso no outro rosto. E lembrar de piadas quanto a eu dar a minha “cereja” pra ele comer.
Ao mesmo tempo que aquilo me fez rir, foi um soco no estomago, lembrar que havia também acabado. Suspirei fundo desviando o olhar e tomando então uma colherada do sorvete. Infelizmente aquilo não foi capaz no momento de me tirar um sorriso do rosto.
- Que bom que gostou do sorvete... – apesar de não ter nenhuma animação na minha fala, aquilo era verdade. Estava feliz por ele.
Antony Romazzi- Mensagens : 70
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Re: [RP] Alta conversa na madrugada
Виктор Нижинский
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